sábado, 9 de agosto de 2008

QUANDO A COMUNICAÇÃO INTERNA VIRA CIRCO


Existe uma linha muito fina que divide a comunicação da "palhaçada". Quando digo "palhaçada" é no sentindo de sua 2º acepção:


  • Palhaçada Acepções ■ substantivo feminino 1 - ato, dito ou procedimento próprio de palhaço; 2 - episódio cômico, burlesco ou ridículo; 3 - conjunto de palhaços.

E o que é que tem!?! Eu explico, toda empresa, organização, instituição, fundação etc. trabalha com pessoas. Estas são todas adultas, pelo menos deveriam ser. Desconheço uma empresa que tenha 0,1% de seu quadro formado por crianças. Até que seria divertido trabalhar com elas e para elas.


Algumas gestões de comunicação interna ainda insistem em trabalhar na "linha descontraída", o que é legal se for bem conduzida. O que não dá, não pode, é criar ações, linguagens e campanhas que tratem o colaborador como um "imbecil", no 1º sentido que o dicionário dá a palavra: 1 - que ou aquele que denota inteligência curta ou possui pouco juízo; idiota, tolo.


Um exemplo clássico que posso dar, pois já o ví em muitas empresas, é o famoso concurso para escolher o nome dos canais de comunicação interna da empresa. Oras, o cara vai lá ganhar o pão dele de cada dia, aguenta mau humor de chefe, colegas de trabalho, excesso de trabalho e, sempre julga que está precisando ou de férias, ou de aumento... e ainda tem que participar de concursos para dar nome a um mural???? Ou um jornal??? Afinal de contas, para que mesmo a empresa paga uma equipe de profissionais de comunicação interna, marketing etc.? Ah, tá... para criar ações banais no dia-a-dia do colaborador, que além de executar seu trabalho, ainda vai ter que fazer o trabalho de outras pessoas.


Uma coisa é um concurso cultural, motivacional, no qual o cara que tá lá ganhará algo com isso. Outra é criar uma ação que não tem relevância para o negócio, nem para o colaborador. Alguns diriam que isso dá ao público interno a sensação de pertencimento ou comprometimento. Vamos acordar... comprometimento com quê? Pertencimento de quê? Será mesmo que um colaborador pode se sentir comprometido com a empresa por que essa adotou o nome que ele escolheu para o mural ou jornal? E se for, que legal né!!! Conseguirá o comprometimento de um elemento! Haja canal para comprometer o restante.


Você pode estar pensando: Ah, mas se for uma escolha de todos por uns cinco nomes, e aquele que tiver mais voltação ganha? Posso dizer já o que vai pairar nas mentes deles quando verem a votação: por que não me perguntam o que eu escolho como plano de saúde, forma de qualidade de vida, cardápio do refeitório ou valor do meu ticket refeição?


Vamos a outro exemplo. Criar concursos, programas, no qual o colaborador tenha que se expor ao rídiculo para ganhar algo ou sair no jornalzino da empresa... pelo amor de Deus!!!! Gratifique-o pelo seu desempenho e não pelo espetáculo!


Tem mais... fazer a escolha do mascote. Até aí, para determinadas ações é bacana, agora quando a empresa deixa de se comunicar com o colaborador e o "desenho" passa a ser a única fonte de contato do colaborador com a empresa, também já é demais! A menos que você trabalhe na Disney.


Ainda existe outra forma de tratar o colaborador como "imbecil". E essa é a forma majoritária utilizada: MENTIR! A famosa atitude de discursar bonito, contar uma série de ações, fatos que não existem dentro da empresa. Pregar valores que não são adotados em nenhuma atividade interna da empresa. A tal incoerência entre DISCURSO e PRÁTICA. E o que é que tem!?! Tem que tá na hora de ter mais RESPEITO com o público interno!

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