sábado, 11 de outubro de 2008

JORNALISMO, ASSESSORIA DE IMPRENSA OU COMUNICAÇÃO?

Atendendo a um grupo de estudantes de jornalismo de campinas, tive a oportunidade de entender, logo que respondi a uma pergunta sobre se sou jornalista ou não, que na verdade tenho um diploma, sou bacharel em jornalismo, mas faço o todo que aprendi na faculdade, ou seja, comunicação social. Sou como um advogado com OAB, mas que atua na procuradoria do estado.

O jornalismo é rico, sempre o admirei. Aliás lembro de uma frase de Caco Barcelos, na premiação do prêmio Vladimir Herzog de 2001, se não me engano a data, que jornalista é aquele que presta um serviço à comunidade, que denuncia o que vê errado, que apura, vai atrás da notícia, arrisca seu pescoço em prol da verdade. E que todo o resto é mera assessoria de imprensa.

Quase me enfiei embaixo da cadeira naquele dia. E o que é tem!?! Tem que nunca atuei como jornalista da forma como ele enxerga. Nunca arrisquei meu pescocinho e nem arriscaria. Sempre estive na área de comunicação e se hoje fosse atuar como jornalista de jornal ou outro ramo, seria uma especialista em algum caderno de marketing e comunicação... talvez um meio e mensagem... quem sabe!? Mas estou e sempre estive muito longe de ser uma mera assessora de imprensa.

Aliás, se fosse fazer assessoria de imprensa seria demitida na primeira semana, com certeza! Até porque não consigo ver inteligência na produção de releases. E olha que trabalho ao lado da assessoria de imprensa, sem querer ofender. Concordo que a imprensa forma opiniões, mas eu aposto muito mais no trabalho focado no público-alvo, que motivaria a imprensa a vir atrás de mim, do que no envio de releases, que pedem pelo amor de Deus, falem de mim.

Não desmereço o trabalho dos assessores de imprensa, muito pelo contrário, em todo ramo tem segmentações e cada um escolhe a especialidade que melhor lhe atrai. Mas ainda prefiria fazer comunicação. Estou tendo a oportunidade de conhecer o trabalho e a vida profissional de muitos jornalistas. A cada dia admiro mais o jornalismo e seus profissionais. Porém, a cada dia me vejo mais longe da profissão. Para quem não sabe, esses caras trabalham!

É admirável vê-los contando suas histórias. Tive o prazer de conhecer Renato Lombardi, jornalista criminal, hoje na TV Cultura. E se tivesse tido esse prazer quando estava na faculdade, com certeza meu TCC seria um livro reportagem sobre sua carreira. O cara é um livro de história. Pensado assim, consigo entender que meu lado jornalístico é meio poeta.

Mas também é verdade, de acordo com a última perquisa realizada pela Aberje, que a comunicação corporativa está cada vez mais nas mãos dos bacharéis de jornalismo. Tem muito jornalista aplicando a inteligência das técnicas aprendidas na universidade e na vida profissional, nas grandes empresas.
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