quarta-feira, 15 de outubro de 2008

UMA FORMA HUMANA DE SE APLICAR UMA MISSÃO

A Bombelêla é uma instituição de dança, sem fins lucrativos, criada em 1995. Seu criador, Mark Van Loo, é um amigo de infância muito querido meu. Mas não é por este fato que escrevo sobre a Bombelêla.

Sempre ouvi Mark falando de seu trabalho, mas ele sempre foi deveras modesto. O trabalho dessa instituição de dança é claro e muito bem definido, conforme sua própria missão traduz: "Contribuir para a melhoria de Qualidade de Vida de crianças, jovens, adultos e pessoas com deficiência, por intermédio da dança, promovendo saúde, bem-estar social, entretenimento, artístico e geração de renda, dentro de um ambiente que valoriza o ser humano em sua ampla diversidade de características". (http://www.bombelela.com.br/bombelela/)


E o que é que tem!?! Tem que a Bombelêla é um exemplo de missão cumprida, conforme programa exibido na Record (http://br.youtube.com/watch?v=CTwuOqD4zZ4).

MISSÃO: SUA RAZÃO DE EXISTIR

Sempre falamos de Missão, Visão e Valores, mas sinto que há um vazio, toda vez que empresas ou instituições tentam disseminar isso tudo. Em geral, vemos planos de comunicação, campanhas com etapas a serem cumpridas, peças com layout bonito e colorido, workshops elaboradorados, e tudo isso para disseminar aquilo que é tão simples de se fazer.

A comunicação é importante sim, mas como fator estratégico de ação e não como uma campanha, ação, ou peças publicitárias isoladas e distintas. Cabe a comunicação ajudar no discernimento das das ações a serem conduzidas.

O fator de sucesso de um planejamento estratégico bem sucedido está na coerência entre discurso e ação. Aliás, é para isso que desenhamos uma missão, o real motivo da existência da empresa. A pergunta a ser fazer é: Para que mesmo que eu existo? Respondida essa pergunta, traçamos os valores... baseado em quê, executo meu papel nessa missão? O passo seguinte é simples, aonde exatamente quero chegar daqui uns 5 ou 10 anos? Respondida essa última pergunta, você tem sua Visão.

Mas só isso não basta. Assim como não basta espalhar interna e externamente que você existe para promover Qualidade de Vida, por exemplo, quando seu serviço ou produto não promove. E não basta colocar humildade ou equidade em seus valores, quando há brigas de egos, e diferenças nítidas nas relações de sua empresa. E nem preciso dizer que se sua Visão foi traçada com base em missão e valores incoerentes, nunca chegará aonde pretende. Com certeza estará sempre apagando incêndios de crises de comunicação, denúncias etc.

E o que é tem!?! Tem que se a comunicação conseguir atuar de maneira estratégica, ajudando as áreas a conduzirem suas atividades com base na real razão de existir da empresa não precisará de campanhas mirabolantes. Apenas precisará criar uma assinatura que carimbe as ações COERENTES. O resto, é percebido naturalmente.

sábado, 11 de outubro de 2008

JORNALISMO, ASSESSORIA DE IMPRENSA OU COMUNICAÇÃO?

Atendendo a um grupo de estudantes de jornalismo de campinas, tive a oportunidade de entender, logo que respondi a uma pergunta sobre se sou jornalista ou não, que na verdade tenho um diploma, sou bacharel em jornalismo, mas faço o todo que aprendi na faculdade, ou seja, comunicação social. Sou como um advogado com OAB, mas que atua na procuradoria do estado.

O jornalismo é rico, sempre o admirei. Aliás lembro de uma frase de Caco Barcelos, na premiação do prêmio Vladimir Herzog de 2001, se não me engano a data, que jornalista é aquele que presta um serviço à comunidade, que denuncia o que vê errado, que apura, vai atrás da notícia, arrisca seu pescoço em prol da verdade. E que todo o resto é mera assessoria de imprensa.

Quase me enfiei embaixo da cadeira naquele dia. E o que é tem!?! Tem que nunca atuei como jornalista da forma como ele enxerga. Nunca arrisquei meu pescocinho e nem arriscaria. Sempre estive na área de comunicação e se hoje fosse atuar como jornalista de jornal ou outro ramo, seria uma especialista em algum caderno de marketing e comunicação... talvez um meio e mensagem... quem sabe!? Mas estou e sempre estive muito longe de ser uma mera assessora de imprensa.

Aliás, se fosse fazer assessoria de imprensa seria demitida na primeira semana, com certeza! Até porque não consigo ver inteligência na produção de releases. E olha que trabalho ao lado da assessoria de imprensa, sem querer ofender. Concordo que a imprensa forma opiniões, mas eu aposto muito mais no trabalho focado no público-alvo, que motivaria a imprensa a vir atrás de mim, do que no envio de releases, que pedem pelo amor de Deus, falem de mim.

Não desmereço o trabalho dos assessores de imprensa, muito pelo contrário, em todo ramo tem segmentações e cada um escolhe a especialidade que melhor lhe atrai. Mas ainda prefiria fazer comunicação. Estou tendo a oportunidade de conhecer o trabalho e a vida profissional de muitos jornalistas. A cada dia admiro mais o jornalismo e seus profissionais. Porém, a cada dia me vejo mais longe da profissão. Para quem não sabe, esses caras trabalham!

É admirável vê-los contando suas histórias. Tive o prazer de conhecer Renato Lombardi, jornalista criminal, hoje na TV Cultura. E se tivesse tido esse prazer quando estava na faculdade, com certeza meu TCC seria um livro reportagem sobre sua carreira. O cara é um livro de história. Pensado assim, consigo entender que meu lado jornalístico é meio poeta.

Mas também é verdade, de acordo com a última perquisa realizada pela Aberje, que a comunicação corporativa está cada vez mais nas mãos dos bacharéis de jornalismo. Tem muito jornalista aplicando a inteligência das técnicas aprendidas na universidade e na vida profissional, nas grandes empresas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

REDUNDÂNCIA???? NÃO, APENAS COSISTÊNCIA DE DISCURSO!

Participei de uma reunião hoje com uma consultoria que está organizando os processos de onde trabalho... o cara, que está conduzindo os trabalhos, um gênio aliás, fez um comentário que me fez lembrar e relembrar um erro clássico de todos os comunicólogos do ramo da comunicação corporativa: "Na comunicação não existe redundância... existe consistência, coerência de discurso e linguagem".

Não foram essas exatamente suas palavras, mas para mim foi assim que soou.

É muito comum e, aliás, rotineiro você tentar montar um texto com repetições de palavras, por que elas são importantes, precisam ser repetidas e repetidas inúmeras vezes em um mesmo texto ou em diversas peças de comunicação, vir o responsável pela comunicação e cortar ou colocar um sinônimo porque a palavra está repetida ou mesmo, o cara dizer que é redundância tal frase e cortar. A redundância pode ser errada na ortografia da língua portuguesa, porém... é necessária no aculturamente e disseminação de missão, visão e valores.

É natural para nós, seres humanos, escolhermos o que vamos ler, absorver. Quando se trata de cultura, disseminação de conceito, é necessário que se faça a redundância, que se aplique um mesmo texto em várias peças de comunicação, que se fale a mesma coisa várias vezes, aliás, de tempos em tempos, para o resto da existência de uma empresa.

A mensagem precisa ser absorvida, não apenas lida. Esse é o erro dos comunicólogos... as pessoas leêm o que querem e o que acham interessante. No caso das mensagens corporativas, não queremos que ninguém leia, mas sim que absorvam a mensagem e que esta fique em seu consciente, para que todos caminhem na mesma direção. E o que é que tem!?! Tem que não é redundância, mas sim estratégia!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

COMUNICAR É FÁCIL, O DURO É TER FOCO!

A semana mal começou e ganhei de presente, em plena segunda, uma campanha com 4 focos diferentes em uma única ação... E o que é que tem!?!

Tem que os 4 são como água, fogo, terra e ar... se bem conduzidos formam os 4 elementos, responsáveis por basicamente tudo... porém.... a campanha veio apresentada como a água que apaga o fogo, que enlameia a terra e não faz nada com o ar... aí, o coitado do público que se vire para tentar entender que uma coisa "deveria" ter "link" com a outra.

Estamos falando de um campanha de Qualidade de Vida. Para aqueles que não sabem Qualidade de Vida é uma área abrangente, que trata, faz ações e alinha projetos corporativos que permitem o equilibrío mental, pessoal e profissional, garantindo as condições necessárias para que os profissionais de uma empresa possam viver "saudavelmente" os diferentes papéis na vida. Aqui temos o "universo" nas mãos...daí a importância do FOCO!

A campanha começava com um teaser. Para quem não sabe, teaser são aquelas ações que as agências de propagandas fazem que não dizem nada, mas deixam o "cara" curioso sobre um assunto, para depois lançar o tema. O melhor exemplo de teaser que já ví foi o da Pedigree, que por um tempo colou cartazes na cidade de São Paulo dizendo que procurava um labrador... uma semana depois ví pela cidade faixas que procuravam o tal labrador... mais uma semana tinham outdoores com o mesmo tema... até que finalizado o mês, veio o anúncio na TV, procurando o labrador... e no fim, a apresentação da campanha da Pedigree. Sensacional! Digo isso, porque até eu estava preocupada com o labrador e ficava pensando na grana que o cara estava gastando procurando ele.

Mas vamos lá... a campanha começava com um teaser de e-mail mkt, que abordava o conceito de determinadas cores... o que significa o azul, o verde etc., com base numa pesquisa de cromoterapia. Lembrei rapidamente de uma gerente que me questionaou, em uma outra ação, o por quê eu e a criação havíamos determinado que a eficência seria rosa, se para ela a eficência era amarela... nem preciso dizer que pensei na hora "Lógico!!! Faz sentido, é por isso que todas as crianças que nascem com icterícia serão mais eficientes no futuro". Era um caso diferente, naquela ação apenas atrelamos uma cor para referência de um tema. Nessa campanha, estavam apresentando o significado de cada cor.

Na sequência, as pessoas receberiam um passaporte da saúde, que teria espaço para anotações sobre o trigliceres, colesterol etc. E na sequência, lançava uma campanha da SIPAT, uma semana obrigatoriamente legal do pessoal CIPA sobre segurança do trabalho.

Agora o mais curioso disso tudo: o objetivo da campanha era lançar um programa de Qualidade de Vida, que aparecia sem explicação nenhuma, por meio de um logo aplicado em todas as peças de comunicação. Tem algo pior... toda a campanha de segurança interna do trabalho não tinha uma única explicação sobre segurança do trabalho, mas sim sobre como dirigir moto, tirar férias com segurança etc., ou seja, tiravam o profissional da empresa.

Pergunto eu: E o que é que tem!?! Cadê o FOCO??????? Faltou a pergunta básica: para que mesmo estamos fazendo essa ação????

É importante demais ter FOCO em comunicação, para que possamos direcionar, da melhor maneira possível, o alinhamento das ações das áreas coporativas de uma empresa, o briefing a ser dado para a criação e a informação a ser passada para o público-interno.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A ÉTICA JORNALISTA

Hoje tive o prazer de assistir a uma entrevista dada pelo Jornalista Heródoto Barbeiro e, o que me chamou atenção foi sua resposta dada a seguinte pergunta: Como deve ser a ética de um jornalista?

Heis que ele pegou emprestada uma frase de Claudio Abramo, como mencionou na entrevista, e disse: "A ética de um jornalista é a mesma de um carpinteiro".

Achei fantástita a referência e também, a simplicidade e originalidade. O que retrata uma verdade única, jornalista é gente e ética vem de valores, coisa que toda gente tem. Mede-se por aí a importância dos VALORES. E o que é que tem!?!

Tem que valores são fundamentais para toda e qualquer marca, pessoa, empresa etc. , e pior, tem gente que acha e acredita que trabalha em empresas sem valores definidos. Ledo engano...

Os valores existem, mesmo sem serem trabalhados na comunicação, estão nas ações, comportamentos e decisões adotadas o tempo todo dentro dessas organizações. E acreditem, estão o tempo inteiro aproximando e distanciando grandes talentos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

BLOGS CORPORATIVOS X ASSESSOR DE IMPRENSA / MARKETING

Hoje estava lendo um post do Blog Corporativo, de Fábio Cipriani, que me chamou a atenção por comentar sobre "os 10 maiores erros dos blogs corporativos", coisas que, de fato, encontrei no meu primeiro contato com um blog corporativo.

Abaixo colei o texto desse post para que todos entendam melhor do que falo. Mas uma coisa é fato: assessoria de imprensa fazendo blog, faz blogrelease... e, marketing fazendo blog, faz blogpromoção ou blogoferta. Cada vez mais acredito que esse "povo", os blogueiros, tem muito a ensinar a nós jornalistas e profissionais da área de comunicação.

"Os 10 maiores erros nos blogs corporativos e como evitá-los
Christopher Barger, o gerente do Blog da GM - FastLane - mostra em uma entrevista do MarketingSherpa os 10 maiores erros nos blogs corporativos e como evitá-los. Para quem ainda não sabe, o FastLane é um dos blogs corporativos mais respeitados do mundo.
Resumindo:
Erro #1. Tratar o blog como um canal para mensagens corporativas
Erro #2. Muita pressa para responder feedbacks negativos
Erro #3. Medo das críticas
Erro #4. Posts escritos para uma outra pessoa em seu nome
Erro #5. Dar aos blogueiros a impressão que o post publicado é o produto final
Erro #6. Usar blogueiros que falam uma língua muito corporativa
Erro #7. Não estabelecer as regras e normas do blog
Erro #8. Não manter freqüência nos posts
Erro #9. Furar a sua própria política de controle de comentários
Erro #10. Editar, esconder or apagar um post quando cometer um erro "
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